Avassalador…
… chega sem avisar, toma de assalto, atropela, vela de incendiar. Arrebatador, vem de qualquer lugar. Chega nem pede licença, avança sem ponderar. O treço da música de Lenine dá uma boa ideia do que está acontecendo no xadrez masculino, em Campo Mourão. No início do torneio, 99,9% dos críticos apontavam Londrina como equipe favorita ao título. Não era para menos. O time vinha recheado de bons jogadores, até mesmo na reserva, entre eles, Lucas Henrique da Silva, um dos candidatos a craque do campeonato.
No entanto, a música não se refere aos londrinenses. Os avassaladores, que atropelaram a equipe de Londrina na tarde desta terça-feira (11), vieram da parte de baixo do Paraná, de Ponta Grossa. Em primeiro lugar, vale comentar um pouco sobre a evolução passada pela equipe nos últimos anos. Até 2005, os ponta-grossenses nem sonhavam em figurar entre os candidatos ao título dos Jojups, preteridos por equipes mais preparadas e com muito mais tradição, como Londrina, Curitiba e Maringá. No entanto, assim como aconteceu em Araucária, Ponta Grossa fez um excelente trabalho na preparação de uma verdadeira geração de ouro do xadrez, que ganhou o respeito e a atenção das outras equipes do Paraná. Era o nascimento da geração que revelou Thiago Crema e Gabriel Broday.
O ano passado marcou o fim de uma geração, era o último Jojups para Gabriel Broday. No entanto, Londrina acabou levando o título. Em relação a este ano, os lobos vermelhos trocaram Tainan Tomaz por João Gustavo Veríssimo, enquanto o técnico Lucas Silvestre Borges foi buscar o craque da capital Curitiba, Henrique Nemeth Junior, para substituir Gabriel Broday. Além dele, um atleta em especial mostrou uma evolução de dar inveja a qualquer atleta: Geovani Alan Broday, irmão mais novo de Gabriel – os dois atuaram juntos por Ponta Grossa no ano passado.
Neste ano, Broday deixou a sombra do irmão famoso para brilhar por conta própria. Se tornou campeão paranaense colegial – e já tem vaga garantida nas Olimpíadas Escolares Brasileiras, no fim do ano -, e passou de coadjuvante a um dos principais jogadores da equipe de Ponta Grossa. E não pense que a equipe é time de apenas 2 jogadores. “A equipe deste ano é muito mais forte que a do ano passado, quando eu jogava”, afirmou Gabriel Broday, capitão de Ponta Grossa nos Jojups anteriores, em Foz do Iguaçu.
Em Campo Mourão, a terça-feira foi perfeita para Ponta Grossa. A 2ª rodada começou com um 4×0 contra Umuarama sem mais dificuldades. Londrina também fez 4×0, desta vez a vítima foi Foz do Iguaçu. Paranavaí e Maringá movimentaram o clássico da rodada, que acabou 3×1 para os paranavaienses. O técnico de Maringá, Jomar Egoroff, diante de um adversário difícil, deu um voto de confiança a Matheus Henrique Tomaz da Silva, voltando a escalar o jogador no time titular, no lugar de Bruno Ferreira Pereira. Paranavaí venceu por 3×1. Guilherme Branco garantiu a vitória contra Daniel “Fiuk” Fernandes, Marcos Sakada descontou as derrotas para Ulisses Lucas da Silva na regional deste ano, e Alan Guimarães levou a melhor contra Matheus. O ponto de honra foi marcado por Lucas Ulisses Tomaz da Silva, que não decepcionou e garantiu o ponto contra Danilo Rocha
A 3ª rodada marcou o confronto direto entre Ponta Grossa e Londrina. Os lobos vermelhos preferiram não partir para o confronto direto nesta rodada, mantiveram Akira Okawati no T1 contra Henrique Nemeth Junior, e apostaram em seu trio mais forte para jogar nas outras mesas, guardando Lucas Henrique da Silva para enfrentar Geovani Broday. Não foi uma boa escolha.
O resultado provou que Gabriel Broday estava certo na afirmação que deu. Os comandados do técnico Lucas Silvestre Borges fizeram um excelente placar de 3×1 contra os londrinenses, com 2 vitórias e 2 empates, terminando o match invictos. No T1, Nemeth garantiu contra Akira, enquanto no T4, Nakagawa (Londrina) teve problemas com João Kuhn (Ponta Grossa), deixando os ponta-grossenses dois pontos à frente. O contratado João Gustavo Veríssimo, de Londrina, empatou com Samuel Machado, mesmo resultado do clássico entre Lucas Henrique da Silva, campeão paranaense – e brasileiro – colegial ano passado, e Geovani Broday, o atual número 1 do Estado.
Na 4ª rodada, logo mais, Ponta Grossa joga contra Paranavaí e, de agora em diante, só precisa administrar a vantagem para vencer o convencional por equipes sem preocupações. “Se não pipocarem, [os jogadores de Ponta Grossa] têm tudo para ganhar o convencional. Mérito também do Lucas [Silvestre Borges, técnico da equipe]“, finalizou Gabriel Broday
Matéria BLOG Xadrez Maringá
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