Testar seu nível cultural é sempre divertido. Façamos uma brincadeira, então. Tente responder as seguintes perguntas, sem procurar as respostas em sites de busca:
a) Piscar os olhos frequentemente; b) Coçar o nariz; c) Ranger os dentes; d) Roer as unhas.
a) Aida; b) Falstaff; c) La traviatta; d) Otelo.
a) 5 traços; b) 5 pontos; c) 2 traços e 2 pontos; d) Nenhuma das alternativas acima.
Você sabe alguma das três respostas acima?
Pois é, Garry Kasparov sabia. Ele participou na última semana de um programa na Geórgia inspirado no americano "Who wants to be a millionaire?". De cunho beneficente, o programa prevê que pessoas famosas façam a doação do prêmio ganho a uma causa nobre (veja matéria completa publicada pela ChessBase).
O nível cultural demonstrado pelo ex-campeão mundial de xadrez foi impressionante. Nunca ninguém tinha conseguido chegar tão longe no programa. O conhecimento demonstrado por Kasparov ao responder as perguntas foi, sem dúvida, de dar inveja.
A noção que se tem de grandes astros do esporte, normalmente, é que são pessoas bitoladas, que vivem para o treino. Se isso é regra eu não sei, mas Kasparov com certeza é a exceção. O russo vai na contramão de uma tendência que se vê com a digitalização da informação: a leitura e o estudo, hoje, são superficiais.
Com respostas a três cliques de distância, poucos ainda lêem artigos ou tratados completos sobre qualquer assunto. A extrema objetividade na busca pelas respostas, vista dessa forma, acaba por fazer com que o conhecimento se torne facilmente esquecível. Não se pára mais para ler nada. A pressa do cotidiano faz com que esqueçamos o quanto é importante investir na construção de uma bagagem cultural sólida.
Reverter esse quadro, no entanto, não é lá tão difícil. Tentar ler pelo menos um livro por mês já é um ótimo começo. No entanto, sempre é possível fazer mais: que tal procurar uma estação de rádio que toque música de qualidade, quando se vai ao trabalho? Que tal trocar um pouco o papo do almoço, então? A atual crise no Oriente Médio rende mais discussões do que o fato de aquela amiga ter recém terminado o namoro, eu aposto. Basta querer.
Kasparov não só nos deu de presente partidas de xadrez antológicas. Ensinou, e ainda ensina, que ter cultura é ótimo e faz muito bem.
Respostas das perguntas: 1 - D. 2 - B. 3 - B.
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